Homem mantinha outras relações e teve filho fora do casamento
RAFAELA MANSUR
Mesmo mantendo relacionamentos extraconjugais há pelo menos sete anos, um homem foi preso nesta semana em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, suspeito de tentar matar a mulher por não aceitar o fim do casamento. Ele foi apresentado na manhã desta quarta-feira (04) pela Polícia Civil.
De acordo com as investigações, o suspeito, de 35 anos, mantinha um relacionamento com Kelly Eustáquia Braga Félix, de 37, há 12 anos. Eles tiveram um filho e, há cinco anos, casaram-se, mas o homem tinha relacionamentos extraconjugais constantes e, inclusive, teve um filho fora do casamento.
Cansada das traições, Kelly decidiu se separar do suspeito e sair de casa, em março deste ano. O homem, no entanto, não aceitou o fim da relação e passou a seguir os passos da mulher. Ele, inclusive, teria dito a familiares que faria alguma besteira, de acordo com a delegada da Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher, Carolina de Oliveira Urbano.
"Ele estava ameaçando, monitorando, vigiando os passos dela, estava sempre tentando buscá-la, ficava vigiando o que ela estava fazendo. Ela já estava querendo cortar o contato por completo com ele. Apesar de os dois terem um filho, ela estava tentando sair fora dele qualquer maneira, evitando um conflito", afirmou a delegada.
No dia 21 de setembro, uma quinta-feira, por volta das 17h30, Kelly foi à casa do ex-marido, no bairro Washington Pires, para dar um basta na situação e, após uma uma discussão, o homem teria sacado uma arma e disparado pelo menos três vezes contra a mulher. Ele, então, ligou para a irmã e pediu ajuda, e ela acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Kelly foi encaminhada para o Hospital Municipal de Contagem com ferimentos na mão e na região abdominal. Ela segue internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) em estado grave e sem previsão de alta. Antes de ser atendida, ela contou para familiares que o ex-marido atirou contra ela. O homem negou a autoria do crime e disse para a polícia que a ex-mulher que estava armada e tentou atirar contra ele. O suspeito declarou que, para se defender, ele entrou em luta corporal com Kelly e, neste momento, a arma disparou.
As investigações, no entanto, contrariam a versão do homem. "Com base no que a gente pôde apurar até agora, ele efetuou esses disparos. Ela tem lesão de defesa nas mãos e, pelas provas subjetivas que a gente pôde colher, ele falava há mais tempo que iria acabar fazendo uma besteira, que iria atentar contra a vida dela, e foi o que ele acabou fazendo", afirmou a delegada Carolina Urbano. A arma utilizada no crime não foi localizada.
O homem foi preso preventivamente na última segunda-feira e está detido no presídio de Ibirité. Ele responder pelo crime de tentativa de feminicídio. "A lei veio em 2015 com o feminicídio, que qualifica o crime de homicídio para os casos em que o atentado é contra a vida da mulher, porque a mulher, na condição de vulnerabilidade, está sempre sujeita a esse tipo de conduta, infelizmente", declarou a delegada.
Segundo ela, as investigações continuam, e a vítima será ouvida quando tiver condições de saúde para falar com a polícia. O filho do casal está com a irmã dela.
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