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Varejo do CE busca R$ 1 bi para renovar estoque



Segundo Freitas Cordeiro, está sendo reinstalada a confiança do consumidor, e o comércio deve abrir no fim do ano não apenas vagas temporárias, mas também permanentes, para repor postos perdidos ( Foto: André Costa )

Praia do Forte (BA). A fim de renovar o estoque de produtos nas lojas e realizar ações promocionais para o período do Natal, o comércio varejista cearense está pleiteando junto a bancos públicos um empréstimo de, no mínimo, R$ 1 bilhão. De acordo com o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL-CE), Freitas Cordeiro, a aprovação do crédito será fundamental para atrair o consumidor.

Isso será fundamental, segundo ele, para uma melhora nas vendas de fim de ano em relação a igual período de 2015, com preservação os empregos e retorno das contratações.

"Vamos aos bancos públicos buscar linhas de crédito diferenciadas para termos capital de giro, como já fizemos em outros momentos.

Queremos que esse recurso seja disponibilizado agora, não deixando para novembro, quando o comerciante já deve ter mercadorias novas no estoque", afirma Freitas, que participa da 55ª Convenção Nacional do Comércio Lojista, evento que segue até amanhã (4) na Praia do Forte, na Bahia.

"Esse vai ser o nosso grande desafio. Na minha opinião, R$ 1 bilhão para todo o varejo do Ceará é pouco, mas já faz a diferença", avalia ele.

Segundo Freitas, o crédito ao varejo do Ceará deverá ser concedido pelo Banco do Brasil, Banco do Nordeste (BNB) e Caixa Econômica Federal, sendo cada instituição financeira responsável por disponibilizar cerca de R$ 300 mil. A opção pelos bancos públicos se deve às baixas taxas de juros, que, no caso do BNB, são menores que 1% ao mês.

"São recursos que permitem trabalhar linhas de crédito com juros bem diferenciados, até pelo fato de que um dos objetivos dessas instituições é dar sustentação às políticas públicas de desenvolvimento do governo", diz o presidente da FCDL-CE.

Recuperação

Para Freitas Cordeiro, já é possível perceber sinais de recuperação da economia brasileira a partir de indicadores que mostram um maior otimismo dos consumidores e empresários.

Pesquisa divulgada na última pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), por exemplo, revela que 48% dos comerciantes e prestadores de serviços acreditam que o segundo semestre deste ano será melhor para a economia do País.

"Em setembro, no que se refere às vendas do comércio nacional, já vamos ter um mês empatado em relação ao mesmo período de 2015. No Ceará, começamos a sentir essa melhoria em julho, até pelo período de alta estação. Isso sinaliza que estamos caminhando para uma solução. Acreditamos que vamos ter um Natal bom neste ano" salienta Freitas.

O presidente da FCDL-CE lembra também da importância do 13º salário para aquecer as vendas do varejo.

"O consumidor está animado, a confiança está sendo reinstalada. Estamos vendo que, com essas ações, vamos ter não só contratações temporárias de emprego, que sempre ocorrem no fim do ano, mas esperarmos repor aqueles postos que foram perdidos", acrescenta.

Inadimplência

O presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, ressalta que a oferta de crédito vem caindo e a inadimplência subindo há 18 meses por conta de fatores como o aumento do desemprego e da inflação.

Entretanto, ele acredita que, ainda neste semestre, o índice de pessoas desempregadas irá parar de crescer e o varejo irá retomar as contratações.

Em relação à inadimplência, que atualmente atinge quase 59 milhões de brasileiros, Pellizzaro acredita que haverá um esforço do comércio em busca da renegociação de dívidas nos últimos meses de 2016.

De acordo com ele, há uma grande expectativa de que o consumidor use a primeira parcela do 13º salário, quase em sua totalidade, para quitar dívidas antigas."As renegociações devem levar ao mercado varejista, principalmente no período do Natal, mais consumidores às compras", reforça.

Negativados

Ele cita também um levantamento feito recentemente pela entidade, apontando que mais de 70% dos brasileiros que tiveram seus nomes registrados no SPC nos últimos seis meses foram negativados pela primeira vez.

"Isso mostra que não é o consumidor que está dando calote, mas passando por uma dificuldade momentânea. Esperamos que, ao longo dos próximos seis meses, os índices de recuperação de crédito aumentem de forma bastante representativa", pontua ele.

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